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terça-feira, 14 de maio de 2013

Na casa lesa lisa






Poema por Fernando Andrade

Na ótica de ti
Movo de novo
Pra um sol interior
Que pede um beijo aceso
Mas que não me queime
E nem teime em me amar.

Na casa lesa lisa de tramar
Eu boto um pingo de açúcar
E adoço um troço que é o amor.

Vem menina que amor venha na nuca
E temos coragem por que só temos coração,
Vem cedo as seis da matina que a manhã ainda é brisa.

 

segunda-feira, 13 de maio de 2013

A ordem do retiro é reiteração do pedido


      Poema por Fernando Andrade

      A ordem do retiro é
      A reiteração do pedido.

     Não há nada na casa
     A ordem do retiro é que
     Foi concebida
     Pela paz de quem um dia
     Voou pelos telhados da casa;
     Virou um natimorto
      Mas o que importa?
   
      Se o eu vê o tiro dado por uma arma
      Que não acerta apenas a palavra
      E sim o cunho de uma trava... de uma arma
      Que nos impede de lavrar
      Os punhos que nos dá a alma - A divisa não tênue entre a calma
                                  E a palavra      


quinta-feira, 9 de maio de 2013

Eu cavouco um sonho








                      

Poema Fernando Andrade

Eu vou
Eu vou
Com meus sapatos furados
Eu to eu to
Com meus tostões furados

Eu volto para ti
Com minhas canções duradas
Até meio minuto
Até meio astuto
Eu cavouco um sonho
No meio de um duto
No salvo conduto
No salvo conduto

Eu tenho veios dourados
Eu tenho lágrimas choradas
Que posso te dar
Para lhe perguntar
Aonde vai sendo tão adulta?
Por que pergunta?

Eu assunto
Eu vou com meu advérbio coloquial
Mas e o padre paroquial?
O que ele fez para ser tão conjunto
Com as nossas falas
Eu pergunto - onde está a alma de nosso amor?   






quinta-feira, 2 de maio de 2013

Se fosse Rei tava de vida boa





              
               
Poema por Fernando Andrade


Cara
Que virou coroa
Se fosse rei
Tava de vida boa.


Cara que arruma
As malas para Lisboa
Que não promete nem dá
Recados pra patroa.

O cara que encara o brasileiro
Com sua pose e toma lá suas biritas.
O mesmo que faz um golaço
E que dá num amigo um abraço.


Tem aqui um celeiro de bambas
Fazendo um número de samba.







quarta-feira, 1 de maio de 2013

Vogais fêmeas






                  
 

Poema Por Fernando Andrade


Amor tire essa roupa
Amor me dê essa sopa...

Eu que fiz das minhas frases
Uma ode a tua liberdade.

Eu que coloquei crases
Nas tuas vogais fêmeas
Eu que fiz as pazes
Com tua tarde
Que a levei pra passear no cais,
Eu que entrei
No mar bravio por você.

Amor depois de uma espera
Esperaremos numa tapera.
Eu que te olhei nua
E você me insinua
Que o gosto da pêra
É o mesmo que comer pelas beiras.

Éramos todo brio
E o que era sombrio
Largamos em nossas escolas.