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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Eu tinha uma dor e por cima vestia meu pulôver






             
 

Eu tinha uma dor
E por cima
Eu vestia meu pulôver.

 
Ele era de uma cor
De botar na minha cara
                    Um revólver: lembro-me bem disso.

Vocês não imaginam
Eu o comprei numa liquidação
Por uma quantia inimaginável.

 
Eu tinha uma dor
E por cima
Vestia meu pulôver.

O vendedor me disse que tinha sido
De um velho cobrador de pôquer
E que alguém um dia o botou numa aposta.

 
Ele já tinha passado pelas mãos de um assassino de aluguel
Que o usava nas noites de pague mais para ter de volta sua vida.

Eu tinha uma dor
E por cima
Vestia meu pulôver.

 Meu pulo é ver minha mão não tremer, mais com quem!
Meu pulôver não saiu manchado de sangue, chequem.
Eu tinha uma droga o amor que era uma panificação
Nas horas de minha abstinência.    

 

 

 

 

 

 

 

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