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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Eu tinha uma dor e por cima vestia meu pulôver






             
 

Eu tinha uma dor
E por cima
Eu vestia meu pulôver.

 
Ele era de uma cor
De botar na minha cara
                    Um revólver: lembro-me bem disso.

Vocês não imaginam
Eu o comprei numa liquidação
Por uma quantia inimaginável.

 
Eu tinha uma dor
E por cima
Vestia meu pulôver.

O vendedor me disse que tinha sido
De um velho cobrador de pôquer
E que alguém um dia o botou numa aposta.

 
Ele já tinha passado pelas mãos de um assassino de aluguel
Que o usava nas noites de pague mais para ter de volta sua vida.

Eu tinha uma dor
E por cima
Vestia meu pulôver.

 Meu pulo é ver minha mão não tremer, mais com quem!
Meu pulôver não saiu manchado de sangue, chequem.
Eu tinha uma droga o amor que era uma panificação
Nas horas de minha abstinência.    

 

 

 

 

 

 

 

Terráqueo na solidão térrea








                
Terráqueo
Arqueologia.
Ar que parou
Na solidão térrea.

 
Erro eu
Tu que erra
Aqui na terra varou
O berro que vazou.

 
Lá na lua que ta tão solitária
Vê se esmera em fazer algo da tua espera,
Tanto faz se aqui na terra ou na escrita literária...


Terráqueo falou:
Aqui a coisa é itinerária
Cada um com seu violão tocando blues...     

 

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Por que nosso amor deu manchete de primeira hora







             
 

Hoje nuvem cigana vem
Conhecer Ana.
Quando ela sorri
Abre-se o sol.

Vem navegar nuvem gincana
Vem vergar as ondas
Eu e Ana ainda
Verbalizamos bacana.

Ainda ovacionamos
O pôr do sol
Na parte da casa.

Ainda posicionamos a alavanca
E temos lastros
Hoje nuvem fuligem
Não passa.

Não há cinza em nossa banca
E o jornal saiu virgem
De notícias ruins
Por que o nosso amor deu manchete
De primeira hora.      

 

 

 

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Princesas sutis






 

No canto há leveza
Ali no canto do seu ser
                Há beleza
Muitas escondem
O que há pra ser
Não há que ter certeza.
Hoje eu parei no domingo
Rindo de todas as princesas
Que se apagaram dormindo,
Ou que perderam algum tipo de realeza.
Hoje eu parei na moça de sorriso viçoso
Que não tinha traços de gentilezas
Mas era muito atraente, muito por sua sutileza.

 

 

               

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Veias mais abertas










                  
 

Passos no seu coração
Nas veias mais abertas.
Um sangue correndo
Nas quantidades certas.

Vou fazer você entrar em circulação
Nas batidas de minha canção.
Vou ter você alerta
Na rua andando
Na mesma direção que o amor!

Eu que queria sua decisão
Em circundar a morte,
Em me guiar na sorte.

Aperta-me e não solta
E diz que quando voltar
Terá em minhas mãos o jeito forte de te mirar
E então nós seremos somente interações.

 

 


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Dê o amor: sorte e maré






       
Ali tão próxima e única: a lua
E eu vou por uma mão única
Que me puxa como uma correnteza.

Dê-me amor sorte e maré.
Pinta aqui na terra e o mar é
Deixar levar.

Senta na margem
E vê a corrente passar.
O seu maior amor pode ser
A corrente que percorre seu
Carinho seu afeto do seu personagem
Até o ato ao te amo é fato.
 
Ali a próxima a lua a olhar
Um mergulho de dois retratos
Tão envelhecidos.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Poema aclarado








     
Não Pára-me ande-me quando reparar onde estou...
Ame-me desande em mim não separe o sim de onde estou.

Chame-me nunca desaprenda o amor ou bolor do suor misturado.
Quando for reza de paixão clame aclare as ideias de Platão no primado.

Alinhe o liame enxame de beijos clarividentes chame o meu nome a ti procurado.
Dane-se a briga lime-se dos ódios onde vi dentes diga sua língua é só minha.

Cai em mim sem pane voe em cima de meus egos que eu te entrego um poema rimado.

  

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Vastos revides







       
 

Minta seus verbos de afeição
Nos meus cabelos sob minha feição.
Sua blusa de musa inspiradora.

Sua rosa na blusa sedutora
Faz do seu canto uma voz acolhedora
Nas minhas escutas no trem das doze horas!

Se eu for embora levo física tensão
Do sexo de ontem - símbolo da menção
Do que falei e do que ouviste:
Era tão triste a nossa separação!

Eu fui ao sítio - para mim um despiste
Dos seus rastros que um dia aqui parou.
Nesta paisagem não tornou para mim
Uma memória de vastos revides.  

 

 

 



segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Era um dia: um caso






            
Era um dia um caso
Também de ressaca
Que deu em casamento!
Era um dia, saca?
Que pintou na sala
Com ela: uma paixão.


Foi ali mesmo no chão,
Foi um esfregão
Com muita tesa esperança.
Nunca dois corpos regeram
Tamanha comunhão de nós de corpo.
Aquilo foi pros nove meses,
Aquilo foi virando barriga
E foi juntando nos olhos de quem curtia: lágrimas
De tanta água que era igual a olhos chineses.

   

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Voo volátil






         
 

Voo volátil
Ouve voz tátil
Vê um animal réptil.

 

Voo no céu
Preso numa asa retrátil,
Tudo que vejo está por um átimo:
O voo do beija flor é íntimo!
Mas é o contato com você que é ótimo!


Tudo que está perto de uma linha é o máximo.
O contorno não é voo, não é chão, mas é útil.    
Desenhe aqui as linhas do céu azul
E torne a pessoa que viaja com você um elo próximo.
Apequene todas as distâncias entre o norte e o sul.

 

 

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Espaço








         
 

O espaço
Não é acaso.
É o lugar
De dois corpos estarem.


O espaço
Sem precisar o ocaso
De um tempo
Que estes dois corpos vieram.

 
O espaço
È apenas momento,
Ou um sedimento
Da memória de dois corpos que lembram disto...


O espaço que estes dois corpos
Apresentam-se um para o outro
Não é novo.
Eles já o ocuparam.


Não finja que este momento é uma farsa,
È um momento para se pegar uma taça.
O que importa o lugar?
 Se estes dois corpos já estão deitados; enlaçados.          

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Verbos








           
 

Tudo que levo
Louvo primeiro.

Tudo que livro
Devolvo depois.

Tudo que sirvo
Absorvo logo.

Tudo que sorvo
Não regurgito.

Tudo que ligo
Só desligo após agito.

Tudo que engulo
Não estrangulo.

Tudo que dá engulho
Não é de dá gula.

 

 

 


segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Forças gravitacionais do amor





        
Aviste um campo sagrado
E diga: aqui nenhum corpo
Sucumbem as forças gravitacionais do amor.

Todo lugar é um empuxo
Se tiver algo para atrair.
Você vem - não há nada a temer!
O amor tem um que de bruxo!
Amarra e ata com alguns feitiços
Faz até o corpo tremer.

Neste campo de gravidade alta
O físico sucumbe ao olhar,
O físico é a troca de flutuações eróticas.

Saia já deste campo sagrado!
Ali impera as éticas dos puros,
Dos laços sem cambiar.
Aviste já o profano.

domingo, 25 de novembro de 2012

Cada sonho é pleno e infinito




       
Vem alada
       Coragem
Cai na estrada
Ou em alguma
        Paragem.

 Vem colocar bons personagens
Nestes homens
Sem espírito, sem riso.

Vem na alma
Vem no corpo de uma fada
Desce de céus celestiais,
Preenche algumas almas
                        Bestiais

 
Não é possível o milagre
Mas um samurai tem sua espada de sabre.
Ele luta por uma noite mais bonita,
Ver o céu cheio de estrelas
Como se conduzir nesta alvorada
Tão cheia de fantasias cintilantes.

Vem homem vem mulher:
Cada sonho é pleno e infinito.

 

 

 

 

 

sábado, 24 de novembro de 2012

Dialética









           
Sim e Não
Sim é simpático
Não é anti-social.
Sim é sintaxe
Não é antítese.

Um estabelece
Uma resposta
Outro a nega.
Um é a visão
Outro a cega.

O mundo precisa dos dois
Para estabelecer parâmetros
Do que é de ti permitido
Quando quer,
Quando deseja.

E sim são dialetos
E por sim dialética
Aquilo que muda de acordo com a transformação.

 

       

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Sala Limpa







       
Sim a sala está limpa...
Lugar de receber e está deserta.
Sim a sala vinca objetos que apertam
Em seus lugares devidos...

A sala não fala a não ser na língua
Da visita.
A sala foi sempre o centro dos ouvidos,
Convide seus amigos
E verá que tenho razão.

A sala é civilização
Trás consigo o experimento das conversas
Entre seres antigos e que portam vozes para falar e ouvir.
O pior suplício é se acomodar em uma sala e olhar somente as peças.
Não ter a troca de formalidades entre o conviva e a própria vida.   

 

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Amor combinado igual nado sincronizado







      
Nossa equação acabou
Num traço de menos -
Nossa natação afundou
Com braços pequenos.
Qual
Pensávamos mais inundou
Nossas promessas,
Mas não passávamos os traços
De nossa trajetória e nessa
Linha não vê os atrasos
De um amor combinado
Igual nado sincronizado.

Nossa equação que era binária
Ficou tão solitária lá. 
Agora que cada um é hifenizado
Só restou cada um ser infernizado
Por um dor latente
Que nunca vai ser deficitária.        

Soneto da Convivência







       
 

Sertão agora é com a gente.
Lugares agora são diferentes!
Parei aqui e vi luzes referentes...

 
Situa tua paisagem
Numa ação diligente.
Ame uma duas ou em mais frentes
Apenas com tua personagem.

 
Passe o amor para o próximo
E diga para ele que o amor é regente
Brotam do olho a imagem e semelhança.

 
Aceitação é com a gente
Esta terra é uma aliança.
Todo mundo indo e vindo e interagindo
Que fico aqui e me aproximo desse jeito caminhante. 

 

 

 

 

domingo, 18 de novembro de 2012

Excomungado









 
 

Excomungado
Falou, falou, falou
Algum comentário seu.
Seu eu Divulgou
Aquilo que sabia
Justamente o contrário
Daquilo que os outros pesavam como duas medidas de xícaras Dele.
Ressabiado via tiros
De perguntas tão domésticas!
Que ele se retirava para algum retiro
Para saber o que expressar com linguajar estético.

 

 

sábado, 17 de novembro de 2012

Comer Verbo!








   
                                           Nem um pouco errado direito.
                                           Nem um pouco equivocado esquerdo.
                                           No meio nunca fale deste jeito.
                                           Aqui deste lado Verbo
                                           Do outro lado boca
                                           Vem junto à vontade
                                           De comer...  - verbo!
                                           O que vocês são?
                                           Virtudes e divisão?
                                           Atitudes e separação?
                                           Num canto a sua orelha
                                           No outro os avós
                                           E no meio disso tudo um conto de fábula.
                                           Nem um pouco errado direito
                                           Nem um pouco equivocado esquerdo.  

  

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Tema favorito na sua fúria







             
 

 

Poeta figura reta ou curva?
Poeta largura cheia de palavras.
Poeta figura certa nas ruas,
Poeta segura firme a poética.


Trabalha a trava do afeto,
Exercita o estilo de forma atlética.
Manobra o verso no alfabeto
Escolhe musas para a fonética.


Poeta figura não – espúria
Que vive perto das luas
Poetiza mulher nua
È o seu tema favorito na sua fúria.

  

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Espaços vão pro espaços






      
 

Aqui os espaços vão pro espaços...
Não há lugar pra mente
Quando um acidente
Acontece.

 

A ficção toma sua forma
Quando a realidade deforma
Numa espiral de medo
E a rotina do enredo cotidiano
Pira e as ações não mais respiram...


Tudo vai para as fraquezas
E não sobra nem alguma gentileza
De um próximo

Por que o mundo que era grande
Encolhe numa mostra do que é o temor
É capaz e você se vê prostrado
Tudo por que o mundo é uma lente
Que entra nos seus olhos sensíveis. 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Elogio do Tempo








 

Tempo é um relógio elogio do tempo.
Tempo é ágil cobra ágio para quem gastá-lo demais.
Tempo é lógico quando aproxima dos segundos decimais.
Tempo é um plágio quando alguém volta no tempo.

Vida é passagem do tempo: vejo pelas nuvens
Quando estão carregadas, fechou o tempo!
O tempo novo é o tempo dos jovens.
Tempo pode passar pelo buraco da ampulheta,
Pode transformar homens
Em pó desta mesma ampulheta.

                   

domingo, 11 de novembro de 2012

Nas roças do seu fabular






           
 

Nordeste caminho
Entre linhas lunares...
Não há paralelo
Entre os seus quatro quadrantes!

 
Há somente palavras nas estradas:
Agreste nordeste não é linear!
Há um teatro brincante,
Com os contos de fadas
Nas roças de seu fabular,
Vejo as crianças de odes e cantos.

 
Me deste este trajeto,
Eu que já fui aos outros pontos,
Ultima parada é de arrimar.
Que este litoral\sertão
Deu vontade de contar


Que um dia eu vou rimar rumo com prumo
Com linguagem poética e oral
Para falar de ti

Rua sem nome









             
 
De tanto perder.
Um homem
Obstruiu uma ponte.
 
Diziam que ali
Quem quisesse amar
Era só parar na fonte.
 
Que era tão alta
Que sua altura
Quando vista pelo suicida
Via-a cair em horizonte.
 
De tanta vida
O poeta foi à ponte.
Viu que ela unia os dois lados de uma rua sem nome.
Lá embaixo, crianças, brincando de pique - esconde

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Violoncelos Vermelhos







        
 

Sim, elos
Solícitos em baixo da cama, meus Chinelos:
Não muito velhos...
Sim, violoncelos vermelhos,
Em dias que só vejo
Paralelos com o desejo tão bom
De amar uma estrangeira
Em algum pé
De Laranjeira e lá
Olhar o sol com a borda toda: amarela. 

domingo, 4 de novembro de 2012

Aniversário em linhas









              
Será o dia que passou
Numa máscara que ri
Ou só na cara inteirinha?

 
O que nos desenhou
As estórias em tirinhas
Ou as nossas quixotadas?

 
Eu juro que eu quiçá
Pra matar minhas horas todas
Eu entro em filinhas.

 
Eu que ainda desenho
O mês de Junho nas gretinhas
E quando chega Julho
Faço aniversário em minhas linhas.