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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Objeto de arte

Postulaste
Um objeto de arte.
Agora o considera
Um traste, um estorvo
Em sua casa.
Se é assim!
Vou me filhiar à um partido
De posições sexuais
Lá no meu moquifo.
Pois meus objetos pessoais
São de conotação sentimental;
Não são papas da língua
Nem muito menos dervixes da sapiência,
Embora neste puto mundo
As perversões
São fetiches do olhar,
Portanto, posses
Deveriam ser intervenções do lar,
Recolhimento para ler,
Compreensão das letras e
Apanhar os ganchos dos filmes, só.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Missivas paranoicas

De tanto tá manco
Orfeu dedo-duro resolveu
Andar de muletas
Na frente de seu edifício n 115.

Às 1o da matina
Viu Helena sair pela tramóia.
Pois antes, Heitor, compositor de marchinhas
Havia saido da clarabóia
Com Russos contra-ubandistas de cofrinhos de porco.

Neste nosso planeta de paletas de cores recessivas
Circula moedas do cofrinho de vintém Zé tem
Para ajudar a Grécia a pagar a dívida.
Lá vem vindo, Helena com ares de desdém, escrevendo missivas paranoicas.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Morfina heroína

Na tecnológica era pós - moderna;
O meio é a palavra. Tomara!
Embora nas alturas da exposição
O meio deveria ser de um bom livro.
Mas os sinais de uma parábola
Transmitidas pelas TV's e seus raios catódicos
Magnetizam as voláteis emoções
De gente como agente
De assíduas doses diárias de morfina heroína.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Cais do porto

Não me importo
De ir ao porto
Muito atento
Ou mais pro absorto,
Olhando o cais...

Se parto
Aperto meus sapatos
Para ter ideias dilacerantes
Será antes?
Ou depois
De postar fatos edificantes
Que deposito
O meu quesito de QI itinerante.

domingo, 20 de novembro de 2011

A doce manhã da fazenda

Amor, aqui cheguei
Para lhe amar.
Eu vou perto do seu penhoar
Para te consolar
Das lágrimas.

Por que hoje é sol,
Já o amanhecer é frio,
Nesta fazenda apenas eu e você

E ao nosso redor
O espaço derredor
Da imensa planície.

Tá na hora do tempo
Da doce labuta,
Mexer o doce de Jabuticaba
Pois o jabuti
Aparece na soleira
Na soleira
Esperando o nosso bom-dia.

E logo mais tarde
Eu vou ao rancho
Ver as vacas leiteiras,
Elas esperam pelo pasto do meio-dia.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A terceira personagem

CENA 1 - Personagem Mariano

Na beirada da mesa da varanda; um copo quebrado só com a metade da base visível. As ranhuras formam encaixes de trilhos pontiagudos de vidro. Dentro da parte do vidro, um líquido amarelo, com conteúdo não identificado até este momento da narração. Alguns minutos passam, até que uma mão deixe ali, perto do copo, um maço de cigarros. Ana? joga isso fora! o cão vai machucar a boca. Na sua própria, um cigarro, quase toco, que retira e joga dentro do copo num claro sintoma de desleixo. Sai da varanda.

CENA 2 - Personagem Ana

Ana aparece na varanda de biquini e vai para o canto onde tem uma espreguiçadeira. Ah se eu vou! O que necessito é deste luar maravilhoso. Os seus amigos deixaram tudo uma zorra nesta casa. Como dizia os Titãs: diversão e arte para qualquer parte. Eu não me importo de usar, mas arruma tudo depois! Eu vou, eu vou para casa agora eu vou...

A porta do banheiro fechada.

Ainda na varanda com Ana tomando banho de lua.

Ana! Tem uma moça em pé; com o rosto e parte de cima do tronco dentro da pia. Desacordada. Parece que dorme nesta estranheza... Ela está com os pulsos limpos? Porque este copo aqui não sei não?! Não, ela não parece morta, está respirando. Parece mais apagada. Quem foi que a apagou? A diversão você conhecia, agora a arte está lhe aparecendo... São 5 da manhã, quem você vai acusar? Estão todos dormindos; com suas... deixa pra lá. Eu tenho medo de tocá-la. Mas você já não a tocou? Eu nem sei se foi ela! Pergunte o nome dela quando acordar... vê na carteira dela... Se ela deu...

Ela está acordando. Tudo bem?
Alguma coisa cintilou no meu HD.
Eu posso usar seu banheiro, por um minutinho?

terça-feira, 15 de novembro de 2011

O homem do fim da linha

Tem-se início a linha de um conto.Um homem esperava na linha. Dois dias atrás, havia ligado para Ana naquela linha de telefone secreta. Falava por linhas de baixo frequência. Antes de ligar tinha andado numa linha boa de ação de comportamento exemplar de quem quer continuar por ai. Estava na cozinha, com a linha do bolo crescendo na forma. Ela não me deu bolo! Os dois tinham ido a praia, ela alinhou a canga na areia e disse a ele não te amo mais! Depois de 20 minutos eles se despediram. Ele pegou a linha de ônibus 111 ( linha para lugar algum) e foi para casa. Parou na farmácia e comprou um remédio e leu a bula linha por linha. Provavelmente para acalmar as linhas de seus pensamentos que estavam meio nubladas e sujeitas à trovoadas. Foi para casa e resolveu revisar seu romance na linha 3 e 4 da primeira página. "Estou com 34 anos! As duas linhas juntas! Foi no banheiro e viu as linhas de seu rosto verticais como as linhas coloridas da Tv fora do ar. Pensou, estou lunático! Avaliou a possibilidade de alinhamento de dois planetas se colidirem: Seria Júpiter e Terra? Saiu aterrorizado e foi para a primeira estação de trem. Segundo Italo Calvino, lá os personagens vão quando bate o desespero.Parece a transição da ação em ponto de agonia com a esperança de algum destino... Paisagem na neblina e Trem noturno. Sai pela linha de trem afora, tentando não pensar naquele conto do David Means, onde um personagem anda pela linha férrea até ser espancado por um grupo de desordeiros. Continua andando até chegar a uma encruzilhada e vê um placa dizendo FIM DA LINHA. Obras em construção

Este admirável mundo corpo

Para cada ação pontual
O corpo brinca!
Artesão de uma fábrica lúdica
Que produz o mundo com o olhar.
Da fundação: os pés vão no caminho: andar meio devagar!
E vai interage com o espaço
Como num processo de um ator no palco
Com seu personagem
Início das perguntas de insistência: O que é isso mamãe e papai?
O tempo é essa partitura de compassos dessa toada.
Parte daqui A era das revoluções do corpo:
Das mudanças de mentalidade.
De querer um alguém: Uma alteridade;
O corpo funciona na sua química de hormônios.
Do que se trata uma equação de soma: 1+1 igual ou diferente.
O que importa? Eu ou você estamos tentando ir.
Nos livros dizem que o processo ao fim é sempre a História.

domingo, 13 de novembro de 2011

Um conto do mar

Na linha, na linha nua não há palavras,
No âmbito das palavras não há verbos,
Nos verbos não mande tudo às favas,
Pense em falar através dos provérbios,
Mas falei tanto que entrei na vala comum
De alguns deputados soberbos!
Resolvi abandonar a oratória
E me mandei para o mar
Disse ao marinheiro- solte as velas
E no mar a tempestade veio e desapercebi o perigo.
Vinha uma dama que declamava a poesia,
Dizia que a autoria era de um bardo inglês
E que o manuscrito tinha sido impresso através de manivelas acesas
No navio de algum galês.

sábado, 12 de novembro de 2011

Bordejo à minha princesa

Revelo de você
No passo de dança.
Novelo de mim
Quando me tem importância,

Já que carrega um tri jeito legal
De rolar aqueles três beijos
De Língua Portuguesa.

Vamos aglutinar o badejo
Que serve no restaurante da Freguesia,
Pois vou lá eu
Retirar uma cortesia
Do bordejo
À minha princesa
Que aparece por lá
E eu fico obsedado
Que peço uma cantilena
Ao Russo que toca o violino
Na toca da Raposa.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Escaravelho do Diabo

Interna passagem de vento
Leva todos os meus documentos,
Alterna bons e maus momentos...
Mas sou tão pequeno

Com a brisa que serena meu sofrimento
Dos estímulos aos menos
Que eu sei que seremos
Ao juntar nossos ferimentos
Tão desiguais

Pois sou formado de carne e couro
E esse primado não se faz mais,
Sou mato de erva mais daninha,
Sou o besouro
Mais parecido com o escaravelho do Diabo.

Guarde seus procedimentos
Porque parto para o Èden das infrutíferas Alminhas.
O que vou fazer lá?
Talvez enraíze numa árvore centenária
E fique exposto lá, ao vento mais logradouro.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Na terra de Noel: a cigarra é neta de algum compositor

A cítara é a alma
Da Word music.
Entra a guitarra
E acaba tudo no Rock e roll.

O poeta chega
E recita a farra
Da cigarra

Que toca seu dedilhado violão soul
E a formiga quieta
Trabalha de sol a sol
E ainda por terra arquiteta o formigueiro

E facilita o provérbio
Na terra de Noel, a cigarra é neta de algum compositor.

Um final com uma atriz que te guarde

Se você promove uma festa;
Seja feliz.
Para teus convidados,
Não passa de uma nesga de Nescafé.

Não sabe se dá um show
Ou move uma mosca que acerta por um triz,
Não quer ser o mote da centrifugação,
Já possui o talento das fugas em ação,
O que você quer é um final com uma atriz
Que te guarde

Os amores que nunca vai cair em tentação
Porque o dono da sua testa
È o tiro que lhe resta.
O que vai... é o lume da lua
Na floresta;
Numa relva qualquer
Você mira o olhar dela
E vê que nunca amou tanto
O que não presta!

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Do Banco 24 horas ao banco de contar fábulas...

Compensação:
Pensa com ação. Banco
Uma batida tensa
Do coração. Pranto
Influência da canção
No tom da voz
Do orador Canto
Que narra os mitos
do lavrador
Que semeia os trigos,
Que coleta a noz Quanto
Para o natal,
Para o final
Dos dias que tecem
A boa narração
De estórias de ninar.Enquanto isso...

Pã: o pastor da caça

Se tudo que procuras
Tivesse no dicionário.
Os afetos primordiais
Do corpo de Lívia que
Sobe para sua boca
Qual palavra os definiriam?

O membro ereto
A atuar na região erógena de Ana
Se o que aciona não necessita de definição
Qual palavra se permitiria?
Pois para aceitação de Lívia e Ana
Vós não precisa de qualquer Argumentação.

Nestas horas é melhor esquecer que somos personagens
Sublimes de um tal criador.
Mais próximos do Pã: o Pastor-caça,
O bicho-bode que pode
Com chifres e cascos cascudos
Ficar doido por ninfas peladas.

sábado, 5 de novembro de 2011

Sentido de orientação

Vamos parar no teto.
Andar de ponta cabeça.
Ver o sol, pela janela, de perto
Através do lugar que não escureça
Sua visão.
Sua visão é olhar tudo
Tomando decisões de um modo muito correto,
Mas o sentido de orientação é o que te aparenta:
Passageiro ao fim do dia
Ou um estrangeiro na primeira audição?
Mas o que sentes?
È verdadeiro às demandas
Do falar coloquial;
Das gírias das meninas;
Das vestes paroquiais
Que posam nos quintais
Das igrejas Beneditinas.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Caligrafia dos mortos

Lanço a mão à décima prateleira.
Todas ali colocadas com a febre do escrevi
Com minha lapiseira.
Com ela penso que as linhas
Não soam tortas
Por que na ordem alfabética dos livros na estante
Caminham letras que modulei com a fina caligrafia
Dos mortos.
O contato com as palavras é um pranto
Que ia ditando numa espécie
De oração
Praticada por espíritos indóceis,
Por personagens cruéis e
Por não saber que a memória
É como a fina bijuteria de grafites.
Em contato com a folha, podiam produzir ilações nas estórias.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Teorema

Na mosca
Errei o tiro
O fogo
Não chamusca
Na rosca
O parafuso não enrosca
O desaforo
Não te ofusca
A roda
Não é do fusca
O Arrigo
Não faz música
A ópera Tosca
É minúscula
O médico não opera
Por que não tem bússola
O código morse
Do corpo é
Quando machuca.