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sábado, 27 de abril de 2013

Caminha: Linha









                                                                    
Caminha: Linha.

 

Poema Por Fernando Andrade

 

Linha caminha
Pela      minha
Folha:
Lá brilha minha
Quadrilha
Que fugiu sozinha
Pela trilha

Pela trilha minha filha
Descobriu somente quilha
De uma idéia vizinha
Que vinha acompanhada de
Forquilha entre ilha e uma virilha.



 

 

 

 

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Pois só a poesia funciona por algum prisma







               
Poema por Fernando Andrade

 

Niilismo
Eu não te assino
Por que mente?
Sobre minhas referências!


Niilismo
Eu não te compreendo
Por que a mente
Para ti infantilmente abole os conceitos?


Se um dia sair finalmente na rua
No meio da multidão de gente
Não se arrogue em preceitos.

 
A vida é caminhada com alguma religião
E neste caminho só encontro minha legião:
Uma boa praça de agregação.


Um dia o povo escolheu a liberdade
E tomou-a por ação
E fez uma canção cheia de lirismo,
Pois só a poesia é anarquia
Pois só ela é uma autarquia
Que funciona por algum prisma.
Por algum prisma...     

 

 

 

 

 

sábado, 13 de abril de 2013

A cada logomarca eu invento uma ideia








                
Poema por Fernando Andrade


Se longe fosse passo
Eu escolheria meu passado
Se perto fosse isso
Eu ficaria pelo meu presente
Se ficasse no meio do caminho
Eu acharia algo mais interessante
Eu volteio o passo meio sem jeito
A cada marca-paço eu faço o tempo diferente
A cada logomarca eu invento uma ideia

 

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Pulso Firme







               
 

Poema por Fernando Andrade

 

Ora em

Dúvida

Escolhe

Ora na

Dúvida

Encolhe

Ora pra dúvida

Olhe e afirme:

Não analise muito

Dúvida

Precisa que se confirme

Ou só de Pulso firme. 

 

 

 

 

 

 

 

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Quando não há luz celeste








                       
 

Poema por Fernando Andrade


Represa algo que contém
Margens até seu conteúdo.
Que representa tudo
Em seu fundo.

Possui algum sentimento?


Represa algo que tenta
Conter o mundo.
Aquilo que não é tempo,
Aquilo é que percebido
Por sua capacidade de armazenamento.


Represa: o que você sente por dentro,
Aquilo que dói
Quando vista por uma lente de aumento,
Que destrói
O que ficou de bom
Quando não há luz celeste.   

 

 

 

 

 

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Temperança






 
Poema por Fernando Andrade

Tem pêra
Tem pêra em silêncio
Tem cera
Tem cerâmica Jônica

Tem pessegueiro guerreiro
Tem trem passageiro
E temperatura ligeira


Tem gerânios em muitos anos
Tem Tempo em momentos sucedâneos
E Tem horas instantâneas

 

                                                                     

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Que se vive rios de tempo\ Escrevem-se fios de ficção







             
Poema por Fernando Andrade

Ser antologia
De estórias
E biografias...
Passar pelo ato
Um pequeno pacto
Com a ficção

E ao mesmo tempo
Que se vive rios de tempo,
Escrevem-se fios de ficção

Urdindo linhas possíveis
Crivam-se verdades inverossímeis.
E neste mar de litorâneos números
Ouvem-se as vozes dos narradores

Para onde vai o leitor?
Nestes arredores de arrebol,
De especular sombra de velas feitoras
Nos corredores onde os lobos correm para as senhoras...

 

 

 

 

 

 

As setes vidas do gato psicanalista








       
 

Poema por Fernando Andrade

 

Eu atingi um gato de sete vidas:
Na primeira vida ele revidou
E me convidou pra seis restantes.


Na sexta eu dei palavras desconcertantes,
Ele revisou as palavras e disse que estavam interessantes
E disse - não perfume os vocabulários.


Na quinta vida eu fiz uma ficha criminal
Do gato em seus horários gatunos
E na quarta vida o coloquei de vigia noturno.
Ele disse que gatos obedecem a Netuno!


Na terceira vida eu o fiz pro exército
Marchando em fila canina com seu coturno.
Na segunda vida ele pegou depressão
Isto é comum a final gato gosta de não fazer coisa alguma!


Ele ficou com visão turva dirigindo seus filmes soturnos
Até que só lhe sobrou esta única vida.
Psicologia de gatos e abriu um consultório e ouve
Outros atos falhos de várias opções de oratória: de fatos.   

 

 

 

 

 

 

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Por que as paredes teriam que manter a calma?







             
Poema por Fernando Andrade

 

Um dia normal
Filtra por entre persianas
A luz matinal
E um sorriso do sol
Ali toca sua camisola
Deixada em cima do piano.


E o sair da cama é silencioso
Depois de toques e carinhos,
Resta o amarfanhado
Das unhas aleivosas
De um gato siamês
Que busca os restos de afetos e gestos que ficaram na cama.


E o dia passa entre horas & mestiçagem
De encontros e afirmações
De linhas férreas de estações
De palavras que iniciaram os desregramentos dos sentidos!


Por que as paredes teriam que manter a calma?
E não cuspirem reinvenções do ocorrido.  

 

 

 

 

 

 

terça-feira, 2 de abril de 2013

Natimorto no Leblon







   
 

 

Poema Por Fernando Andrade

Natimorto solto pelo Leblon
Ele pede uns trocados pra o pão
Na Confeitaria Lisboa, mas ele não está numa boa.

Não está não


Natimorto foi pegar uma cachoeira
Lá no Horto e ficou tão doido quando
Lá encontrou uma garrafa de cachaça.

 
E o que sobrou foi uma taça

 
Natimorto até foi encontrado
No Cais do Porto numa festa em noite profunda,
Foi nativo de certo time do Botafogo,
Sua alma foi solta na Barra funda.

 
Natimorto agora quer a ressurreição,
E de preferência que venha a sua refeição,
Pois agora ele está mais vivo do que nunca
Até prática filosofias singradas em lares sagrados.