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sábado, 28 de setembro de 2013

Poema da feitura












                                
Em cada linha
Um terminal a lápis
Em cada tira
Um quadrinho na pista
Em cada página
Uma cápsula de cor
Em cada ilustração
Uma personagem em de fenestração
Em cada movimento
Uma tinta sedimenta cores
Em cada frase
Um sinônimo de flores
Em cada posto de gasolina
Um recorte de cartolina
Assim vão-se os nomes
O mesmo para os conceitos
Que são aceitos
Em seus textos
             Retratos 3 por quatro 
             Peças em quatro atos
             E Desenhos de Aquarela.
              

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Cartesiana












             Cartesiana
Não é sua arte,
Nem seu mote.
É a urdidura do sem tempo
Que dura até sua sorte.

Pense em uma linha que trace
Um horizonte à fonte.
Ela alinha
Dois lugares
Que nunca se tocaram antes.
Não é o mesmo que seu romance?

Interditei o meu interdito!






 

         

                      
Interditei o meu interdito!
Numa prosa à laser
Havia o que dizer?
O som virou atração dita
A canção: participação do público
E todo seu fim:lazer.

Para o sim - fiz expansão do júbilo
Para um rota que
Não fosse minha derrota
E para uma estrada semântica
Andando nesta música em progressão
Fui através da melodia e letra
Azulando o interdito à transgressão.  

domingo, 15 de setembro de 2013

Receita de tudo novo







                            
Um recipiente
Para você
Com sua receita
De tudo novo.

Tudo que se aceita
Neste velho esconderijo
E você tão só,
Para onde se vê?
Quando seu olhar se dirige.

Você cabe dentro de seu recipiente?
Escreveu romances de rolar de rir,
Teve uma prova do Deus
Que teve sua vida presente. 

E de quando vale a sua espera?
Do amor por ela e o que sente?
Quando está azul de esperança
Quando volta do sul da sua infância.

E viu que o menino dobrou
Uma esquina e se ausentou (por enquanto)
Evaporando a ideia
E buscando odisseias...








segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Toda via







                                                                       

Eu vi a
Linguagem
Num ovo estrelado
Amarelo em céu de
Guache

Eu vi
Um roteiro
   Inteiro só de estorvo
Para te fazer feliz

Eu vi
Uma atriz
Discutindo rebeldia
Para um porteiro
Em um tempo
De um   Ponteiro (relógio)

Eu vi
Um personagem
Criando passagem num belo dia

E vi
O ovo e a         gema
E vi quando caiu
E virou um estratagema




domingo, 8 de setembro de 2013

Poemetos no amor








   

Pequena, nosso amor se apequenou
De tanto escrever poemetos
Nosso amor não se afirmou.

Eu era o poeta e você minha voz
Eu tentei escrever versos livres
Para te captar na foz
Da onde nascem nossas palavras.

E a posse reforça
Que o verso é controverso
Quando há desejo, nervo (só).

E por liberdade de te escrever
Como a liberdade de crer e ver
Que a posse é o brejo
Das nossas linhas que se atolam.

Se prendemos aos verbos
Que não narram e
Fazem da nossa vida uma bossa:
Uma canção desafinada
Que nem João Gilberto
No seu banquinho desafiaria.

  Fernando Andrade







           

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Incerta desenvoltura







               

Incerta desenvoltura
Ainda pratica musculatura?
Em momentos de sua história.

Já voltou dos céus
Caindo das alturas,
Já foi muito cruel
 E as turras
 Com quem não é desenvolto contigo.

Mas eu disse Incerta desenvoltura
A desenvoltura quando não acerta
Não tem volta,
Não traz escolta,
Não tem escolha.
É filha do erro em sua escultura do tempo.
Algo que move e não se demove:
Que está no corpo político;
No transtorno psicótico
Da memória paleolítica.

Fernando Andrade