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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Serão promessa, serão cromossomos

Vi penugem no bigode
Vi serragem no serrote
Tais itens
Surgem de elementos naturais
Para iniciar o mundo
Em foco.
Tudo que for
Fecundo
Deve ser metaforizado:
Os grãos,
Os óvulos
Os átomos
No físico, em segundos
Serão promessa,
Serão cromossomos.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Tudo pode dar errado

Tudo pode dar errado!
A não ser
Que se dê o recado
Mas é complicado,
Quem ouve tende a selecionar.
Chamamos isso de critérios.

Eu clamo, Jesus
Frase, link
Para outras narrativas
Outros envolvimentos?
Como passear com seu cão,
Ou uma corretiva no ladrão:
Chamo o inspetor Espinosa
Antes que você saia de minha casa.

Um quasar

Se você for um quasar
Pinte meu corpo lá
Em aquarelas estéticas.
Eu só não assino estes castiçais de velas poéticas.

Escreva teses de filósofos céticos
E peçam para limpar a capela de Santo Agostinho.
Requinte e beleza nos adornos
Com a filosofia do próprio Adorno.

Vinte tomos de caderno de filosofia na retina
E os olhos cansados: eliminam meu sono da mente.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Percevejo brinca de matizes...

Vem de algum canto
A noção do espaço...
Vem do canto
Do tempo...
O percevejo brincando de matizes...

Num espaço
ìnfero gráfico
Ponho na minha retina
A menina de olhos tenazes.
Pois está tão triste!
Que tenho que esperar
Por condolências suas.
Umas luzes
Na escrivaninha,
Companhia de Libra,
Balança e linha
Por que escrevo?
Rezo!
Dozes aves marinhas
Que migram
Para o mar
Para lavrar
Duetos
De partes integrantes de algum contato.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O teremim das canções folks

No átrio do pátio
Há uma nuvem cigana passageira
Que passa, passa trovoando primeiro pelo pensamento.

Chão que piso
Alastre o sol que gera luz no entendimento
Dos seres maleáveis e de órbita ligeira.

As funções malévolas não natam mais meu ser,
Pois, meu ser procura os contornos nítidos dos outros
Para desenhar pétalas flores em cada cárater.


Fica bem
O teremim

É natural ou simbólico?
Das canções folks
Que depuro com meus ouvidos honestos.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Entre iscas e mesas de cerveja

Sopapos:
Local ou Parlamento
Para sair no braço.
Aos fanáticos torcedores
Apostavam
Quem supostamente
Iria quedar na lona.
Deposto: o fraco saía à francesa
Para deixar ao sobranceiro
O gosto por cancioneiros
De peleja,
Mas hoje no bar entre iscas e mesas
De cerveja
Conta-se só com a leve e prazerosa duração de papos.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Cânfora

Tente de uma vez
Dragar
O rio Tietê.

Só é contente
Quem já fez
Derramar as lágrimas.

Rimas em canções
A tramar as
Lentes da filosofia.

As tensões são tantas
Que o corpo flagra
A palavra
Saindo pela quitanda afora.

Mais alhos que pimentões
Mais atos falhos
Para a benemérita cânfora!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Ditames

Será necessário
Singrar os mares
Ou sangrar as veias?

Deixar então que a morte
Se faça em leito
Ou amamentar
Uma anciã no peito?

Deste jeito
A morte viria mais tarde
Ou mais forte que tempestade?

Causaria faniquitos
Em freiras caridosas
Ou frieiras no pé do Bispo?

Tudo é contágio!
Até a miopia
Quando herdo o fenótipo de minha mãe.
E quando inclino nos olhos
O óculos para ver o mar.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Tímpanos e timbales

Há uma nova sensação nos meus ouvidos!
Será que se trata de tímpanos e timbales?
Farei pelos anos
Os serviços em bailes
E festas.
Por quê os viços mais caros vão pelos ares?
No afeto do corpo que embala
O tiro que festejo do beijo
Em ponto de bala, de bala...
Toda lavra defrata em Lavras,
E eu levo meu amor só nas palavras!!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Repleto de conteúdo

Ele era repleto de conteúdo.
Só não entendia porque não era completo
Na emissão de sinais.

Entendia de tudo
Mas entristecia quando olhava o cais.
Alguns dias até se fingia de morto
Para não amar

Quando auferia seus finais de semana sem trabalho.
Pois quando tinha sorte, e algum destemor
Ele pedia à Santa Genoveva
Para lhe trazer somente parcimônia.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A chave do ser

A chave é a filosofia do ser:
Concebe o que está por vir.
Neste lugar - espaço há de convir
Com alguma presença.

Pois a chave muda a posição
Do ficar ao ir.
Ela transforma ausência em sentença.

Pois de portas de minha alma
Basta um amor entrar
E fazer do espaço: uma sala de estar.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Objeto de arte

Postulaste
Um objeto de arte.
Agora o considera
Um traste, um estorvo
Em sua casa.
Se é assim!
Vou me filhiar à um partido
De posições sexuais
Lá no meu moquifo.
Pois meus objetos pessoais
São de conotação sentimental;
Não são papas da língua
Nem muito menos dervixes da sapiência,
Embora neste puto mundo
As perversões
São fetiches do olhar,
Portanto, posses
Deveriam ser intervenções do lar,
Recolhimento para ler,
Compreensão das letras e
Apanhar os ganchos dos filmes, só.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Missivas paranoicas

De tanto tá manco
Orfeu dedo-duro resolveu
Andar de muletas
Na frente de seu edifício n 115.

Às 1o da matina
Viu Helena sair pela tramóia.
Pois antes, Heitor, compositor de marchinhas
Havia saido da clarabóia
Com Russos contra-ubandistas de cofrinhos de porco.

Neste nosso planeta de paletas de cores recessivas
Circula moedas do cofrinho de vintém Zé tem
Para ajudar a Grécia a pagar a dívida.
Lá vem vindo, Helena com ares de desdém, escrevendo missivas paranoicas.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Morfina heroína

Na tecnológica era pós - moderna;
O meio é a palavra. Tomara!
Embora nas alturas da exposição
O meio deveria ser de um bom livro.
Mas os sinais de uma parábola
Transmitidas pelas TV's e seus raios catódicos
Magnetizam as voláteis emoções
De gente como agente
De assíduas doses diárias de morfina heroína.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Cais do porto

Não me importo
De ir ao porto
Muito atento
Ou mais pro absorto,
Olhando o cais...

Se parto
Aperto meus sapatos
Para ter ideias dilacerantes
Será antes?
Ou depois
De postar fatos edificantes
Que deposito
O meu quesito de QI itinerante.

domingo, 20 de novembro de 2011

A doce manhã da fazenda

Amor, aqui cheguei
Para lhe amar.
Eu vou perto do seu penhoar
Para te consolar
Das lágrimas.

Por que hoje é sol,
Já o amanhecer é frio,
Nesta fazenda apenas eu e você

E ao nosso redor
O espaço derredor
Da imensa planície.

Tá na hora do tempo
Da doce labuta,
Mexer o doce de Jabuticaba
Pois o jabuti
Aparece na soleira
Na soleira
Esperando o nosso bom-dia.

E logo mais tarde
Eu vou ao rancho
Ver as vacas leiteiras,
Elas esperam pelo pasto do meio-dia.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A terceira personagem

CENA 1 - Personagem Mariano

Na beirada da mesa da varanda; um copo quebrado só com a metade da base visível. As ranhuras formam encaixes de trilhos pontiagudos de vidro. Dentro da parte do vidro, um líquido amarelo, com conteúdo não identificado até este momento da narração. Alguns minutos passam, até que uma mão deixe ali, perto do copo, um maço de cigarros. Ana? joga isso fora! o cão vai machucar a boca. Na sua própria, um cigarro, quase toco, que retira e joga dentro do copo num claro sintoma de desleixo. Sai da varanda.

CENA 2 - Personagem Ana

Ana aparece na varanda de biquini e vai para o canto onde tem uma espreguiçadeira. Ah se eu vou! O que necessito é deste luar maravilhoso. Os seus amigos deixaram tudo uma zorra nesta casa. Como dizia os Titãs: diversão e arte para qualquer parte. Eu não me importo de usar, mas arruma tudo depois! Eu vou, eu vou para casa agora eu vou...

A porta do banheiro fechada.

Ainda na varanda com Ana tomando banho de lua.

Ana! Tem uma moça em pé; com o rosto e parte de cima do tronco dentro da pia. Desacordada. Parece que dorme nesta estranheza... Ela está com os pulsos limpos? Porque este copo aqui não sei não?! Não, ela não parece morta, está respirando. Parece mais apagada. Quem foi que a apagou? A diversão você conhecia, agora a arte está lhe aparecendo... São 5 da manhã, quem você vai acusar? Estão todos dormindos; com suas... deixa pra lá. Eu tenho medo de tocá-la. Mas você já não a tocou? Eu nem sei se foi ela! Pergunte o nome dela quando acordar... vê na carteira dela... Se ela deu...

Ela está acordando. Tudo bem?
Alguma coisa cintilou no meu HD.
Eu posso usar seu banheiro, por um minutinho?

terça-feira, 15 de novembro de 2011

O homem do fim da linha

Tem-se início a linha de um conto.Um homem esperava na linha. Dois dias atrás, havia ligado para Ana naquela linha de telefone secreta. Falava por linhas de baixo frequência. Antes de ligar tinha andado numa linha boa de ação de comportamento exemplar de quem quer continuar por ai. Estava na cozinha, com a linha do bolo crescendo na forma. Ela não me deu bolo! Os dois tinham ido a praia, ela alinhou a canga na areia e disse a ele não te amo mais! Depois de 20 minutos eles se despediram. Ele pegou a linha de ônibus 111 ( linha para lugar algum) e foi para casa. Parou na farmácia e comprou um remédio e leu a bula linha por linha. Provavelmente para acalmar as linhas de seus pensamentos que estavam meio nubladas e sujeitas à trovoadas. Foi para casa e resolveu revisar seu romance na linha 3 e 4 da primeira página. "Estou com 34 anos! As duas linhas juntas! Foi no banheiro e viu as linhas de seu rosto verticais como as linhas coloridas da Tv fora do ar. Pensou, estou lunático! Avaliou a possibilidade de alinhamento de dois planetas se colidirem: Seria Júpiter e Terra? Saiu aterrorizado e foi para a primeira estação de trem. Segundo Italo Calvino, lá os personagens vão quando bate o desespero.Parece a transição da ação em ponto de agonia com a esperança de algum destino... Paisagem na neblina e Trem noturno. Sai pela linha de trem afora, tentando não pensar naquele conto do David Means, onde um personagem anda pela linha férrea até ser espancado por um grupo de desordeiros. Continua andando até chegar a uma encruzilhada e vê um placa dizendo FIM DA LINHA. Obras em construção

Este admirável mundo corpo

Para cada ação pontual
O corpo brinca!
Artesão de uma fábrica lúdica
Que produz o mundo com o olhar.
Da fundação: os pés vão no caminho: andar meio devagar!
E vai interage com o espaço
Como num processo de um ator no palco
Com seu personagem
Início das perguntas de insistência: O que é isso mamãe e papai?
O tempo é essa partitura de compassos dessa toada.
Parte daqui A era das revoluções do corpo:
Das mudanças de mentalidade.
De querer um alguém: Uma alteridade;
O corpo funciona na sua química de hormônios.
Do que se trata uma equação de soma: 1+1 igual ou diferente.
O que importa? Eu ou você estamos tentando ir.
Nos livros dizem que o processo ao fim é sempre a História.

domingo, 13 de novembro de 2011

Um conto do mar

Na linha, na linha nua não há palavras,
No âmbito das palavras não há verbos,
Nos verbos não mande tudo às favas,
Pense em falar através dos provérbios,
Mas falei tanto que entrei na vala comum
De alguns deputados soberbos!
Resolvi abandonar a oratória
E me mandei para o mar
Disse ao marinheiro- solte as velas
E no mar a tempestade veio e desapercebi o perigo.
Vinha uma dama que declamava a poesia,
Dizia que a autoria era de um bardo inglês
E que o manuscrito tinha sido impresso através de manivelas acesas
No navio de algum galês.

sábado, 12 de novembro de 2011

Bordejo à minha princesa

Revelo de você
No passo de dança.
Novelo de mim
Quando me tem importância,

Já que carrega um tri jeito legal
De rolar aqueles três beijos
De Língua Portuguesa.

Vamos aglutinar o badejo
Que serve no restaurante da Freguesia,
Pois vou lá eu
Retirar uma cortesia
Do bordejo
À minha princesa
Que aparece por lá
E eu fico obsedado
Que peço uma cantilena
Ao Russo que toca o violino
Na toca da Raposa.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Escaravelho do Diabo

Interna passagem de vento
Leva todos os meus documentos,
Alterna bons e maus momentos...
Mas sou tão pequeno

Com a brisa que serena meu sofrimento
Dos estímulos aos menos
Que eu sei que seremos
Ao juntar nossos ferimentos
Tão desiguais

Pois sou formado de carne e couro
E esse primado não se faz mais,
Sou mato de erva mais daninha,
Sou o besouro
Mais parecido com o escaravelho do Diabo.

Guarde seus procedimentos
Porque parto para o Èden das infrutíferas Alminhas.
O que vou fazer lá?
Talvez enraíze numa árvore centenária
E fique exposto lá, ao vento mais logradouro.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Na terra de Noel: a cigarra é neta de algum compositor

A cítara é a alma
Da Word music.
Entra a guitarra
E acaba tudo no Rock e roll.

O poeta chega
E recita a farra
Da cigarra

Que toca seu dedilhado violão soul
E a formiga quieta
Trabalha de sol a sol
E ainda por terra arquiteta o formigueiro

E facilita o provérbio
Na terra de Noel, a cigarra é neta de algum compositor.

Um final com uma atriz que te guarde

Se você promove uma festa;
Seja feliz.
Para teus convidados,
Não passa de uma nesga de Nescafé.

Não sabe se dá um show
Ou move uma mosca que acerta por um triz,
Não quer ser o mote da centrifugação,
Já possui o talento das fugas em ação,
O que você quer é um final com uma atriz
Que te guarde

Os amores que nunca vai cair em tentação
Porque o dono da sua testa
È o tiro que lhe resta.
O que vai... é o lume da lua
Na floresta;
Numa relva qualquer
Você mira o olhar dela
E vê que nunca amou tanto
O que não presta!

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Do Banco 24 horas ao banco de contar fábulas...

Compensação:
Pensa com ação. Banco
Uma batida tensa
Do coração. Pranto
Influência da canção
No tom da voz
Do orador Canto
Que narra os mitos
do lavrador
Que semeia os trigos,
Que coleta a noz Quanto
Para o natal,
Para o final
Dos dias que tecem
A boa narração
De estórias de ninar.Enquanto isso...

Pã: o pastor da caça

Se tudo que procuras
Tivesse no dicionário.
Os afetos primordiais
Do corpo de Lívia que
Sobe para sua boca
Qual palavra os definiriam?

O membro ereto
A atuar na região erógena de Ana
Se o que aciona não necessita de definição
Qual palavra se permitiria?
Pois para aceitação de Lívia e Ana
Vós não precisa de qualquer Argumentação.

Nestas horas é melhor esquecer que somos personagens
Sublimes de um tal criador.
Mais próximos do Pã: o Pastor-caça,
O bicho-bode que pode
Com chifres e cascos cascudos
Ficar doido por ninfas peladas.

sábado, 5 de novembro de 2011

Sentido de orientação

Vamos parar no teto.
Andar de ponta cabeça.
Ver o sol, pela janela, de perto
Através do lugar que não escureça
Sua visão.
Sua visão é olhar tudo
Tomando decisões de um modo muito correto,
Mas o sentido de orientação é o que te aparenta:
Passageiro ao fim do dia
Ou um estrangeiro na primeira audição?
Mas o que sentes?
È verdadeiro às demandas
Do falar coloquial;
Das gírias das meninas;
Das vestes paroquiais
Que posam nos quintais
Das igrejas Beneditinas.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Caligrafia dos mortos

Lanço a mão à décima prateleira.
Todas ali colocadas com a febre do escrevi
Com minha lapiseira.
Com ela penso que as linhas
Não soam tortas
Por que na ordem alfabética dos livros na estante
Caminham letras que modulei com a fina caligrafia
Dos mortos.
O contato com as palavras é um pranto
Que ia ditando numa espécie
De oração
Praticada por espíritos indóceis,
Por personagens cruéis e
Por não saber que a memória
É como a fina bijuteria de grafites.
Em contato com a folha, podiam produzir ilações nas estórias.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Teorema

Na mosca
Errei o tiro
O fogo
Não chamusca
Na rosca
O parafuso não enrosca
O desaforo
Não te ofusca
A roda
Não é do fusca
O Arrigo
Não faz música
A ópera Tosca
É minúscula
O médico não opera
Por que não tem bússola
O código morse
Do corpo é
Quando machuca.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Pequena Revolução

Pequena e diminuta Revolução:
Todas as suas ações são provisórias
Até serem reescritas ou revogadas.
Nada em tom indefinido
Será admitido.
A coincidência só será permitida
Perante o jugo da competência do juiz:
A ele cabe dizer quais latências
Pode ser usufruídas por lato senso.
Ninguém poderá pedir sincronias
Para estar ao lado de algum (a) amante.
É de comum acordo que a palavra justa seja consenso.
E que todos a portem com parcimônias.

Era uma tarde de chuva miúda com notícias graúdas

Era um sábado com aquela chuva miúda que parece que faz mais cóçegas do que deixa a gente molhado. Eu sempre pergunto se tal intensidade destas gotas batendo nas nossas roupas é algum tipo de pergunta se estou preparado para algum tipo de escolha? Por que ela não molha, apenas nos deixa imantados como se fosse um campo orvalhado. Eu estava num banco de praça e apenas via alguns velhos fazendo exercícios. Estava com medo de receber garotas com menos de 25 anos. Aqueles velhos aventavam para a possibilidade de minha atuação em qualquer eventualidade?

Olhei para a rua que sai em uma avenida com o nome de Visconde. Ela vinha trajando uma capa de chuva até as pernas, e não usava guarda-chuva. Seus passos eram decididos por alguma ponta de faca que fatiava o tempo que a levava à praça. Era com dissesse aqui é meu pedaço de pão e você é o recheio que vou deglutir em poucas palavras.

Quando chegou à dez passos, pensei numa espécie de pinguela, daquelas que a gente atravessa quando quer cruzar algum córrego. Daquelas estreitas que requer equilíbrio total. Tudo joia?
Não sei. Por que tanta pressa em falar comigo? Isso não é um banco? É para sentar. Você pensou com agilidade. Eu quis suprimir outro foco. Qual? Um prédio que você entra com um cartão magnético e uma senha para retirar dinheiro que pode ou não dependendo da onde você trabalhe , sustentar sua família. Eu vou ser pai? E que provavelmente não serei efetivado. Você conhece a Ana? Não. Ela será a substituta.

sábado, 29 de outubro de 2011

Quem canta seus males: espanta

Mão
Primeira corredeira do desejo.
Mão
Coloca o primeiro azulejo.
Mão
Que planta a primeira pimenteira.
Mão que vai embora inteira
Não volta pro carinho
Que eu apostava
Alinteração.
Eu vejo o gosto do beijo corinho!!!
Quem canta seus males: Espanta.
Fales que não está tocando seu realejo,
Fales que toca viola
Vê se não enrola nessa sua mania de ser uma sacripanta!!

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Vou captar os vasos capilares da pele de meu amor

Eu vou captar
os vasos capilares da pele de meu amor.
Eu vou cooperar
com as fases menstruais de minha Maria flor.
Vou fazer com sangue
uma gangue de sacolas plásticas.
Vou fazer tatuagem em Artistas plásticas
e embalar compras com personagens
Do Satiricom

Por que não sou drástico?
Já vi muitas margens
Elásticas
Onde cabem canoas
Não muitos boas
Para viagens de longas horas de Manaus.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Uma canção solidária

Um cão para cada amigo
Uma coleira para o cão do Arrigo
Um pão para cada mendigo
Várias tábuas de madeira pra um abrigo.

Um caixão para um moribundo
Uma freira para uma oração que obrigo
O mais decaído poeta cantar
Seus versos nas sextas-feiras santas.

Por quê pra cada amigo!
Vejo um campo lindo
De trigo bem amarelo,
Com o sol vindo e batendo

Numa vindima de uvas retintas.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O caráter da voz

Gostaria de saber do caráter de uma voz
Que escuto do outro lado da porta.
Sem apelar muito para a audição das palavras
E sim a ação de quem a está proferindo.
Por acaso, está parado junto a uma horta?
Ou amparado por pilastras?
Possui a arma à engatilhar
Ou acode uma idosa quase morta,
Pode roubar a gargantilha da idosa,
Ou tentar matá-la, e se arrepender,
Trazendo de volta a idosa e a conforta, chorando.
Mas se este homem apenas vê nas horas,
Um bom motivo para ler um romance de um náufrago numa ilha?

sábado, 22 de outubro de 2011

Torresmo com feijão

Se exata for tua medida.
Só existo na sua despedida.

Se encaixo na sua medida
Só chispo se você dobrar a rua.

Se encrespo
Você vem com diabrura.

Vamos flanar com torresmo e feijão!
Por quê amo você
Como verdura com requeijão!

Com destreza
Pinto parcas pinturas
Em quadros de
Altíssimas figuras.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Mãos Definidoras

Como coloco as mãos:
Feixes de carnes e ossos
Cobertas
Por mantas de peles.

Dos cinco dedos
Aprendo a segurar a caneta.
Da palma da mão
Faço o aperto de mão ao editor

Quando os cinco dedos da mão
Escrevem as setenta cinco poesias,
Mas gostaria
Que duas mãos levassem uma (embora)
A que segrega
A que denigre
A que difama

Pois de mão boba ou tola
Já me irrita a que prega ações desabonadoras.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

As mãos e os tatos fazem o coração andar

Internar
O paciente
Na influência
Da palavra
Paciência.
Ver
O que pode
Livrá-lo
Do medo de amar,
Onde é ciência
De aclarar
Os sentidos
E os tatos
Das mãos,
Ter persistência
Nos desejos
Da carne
Dos corações
Revelar
Uma vela
Anular
O que cai
De uma altura
Pendular.

domingo, 16 de outubro de 2011

linguagem das secreções

Otto esperou o momento da sua boca sugar.
Sucção de palavras que denotam o gostar.
As palavras vinham por salivas
E cada uma tinha um tom de admiração!
Cuspir afetos
É o que Ana gostaria que otto carpisse.
Ana tinha tetas
Que é a primeira palavra substantiva.
Otto tinha perdigotos
Que Ana adorava se molhar como se fossem chuviscos.
As ações dos dois tinham seus riscos,
É sinal de que não se perdi os gostos de um e de outro.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Entre tomos e camas

Entre tomos e camas
Um caderno de literatura
Cai ao chão com o dito -AMOR TRAME.
Dois amantes
depois de uma noite inebriante
abrem o caderno e descobrem
a poesia de clamante,
aquela que foi bem escrita
por aqueles que soçobraram
Aos suspiros do amor
mais infamantes,
pois dos crepúsculos
dos corpos na cama
sentem os músculos do seu ventre.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Vida, modo de usar

Cansado de ausentar-se do mundo
Pediu ao mestre para sentar-se ao seu lado.

Mestre, quero sentir os objetos com meus olhos.
Mas você é cego, rapaz!
O que o senhor tem na mão neste exato instante?
Alfinetando.
Um verbo, não entendo, posso?
O que você quer na verdade?
Passe-me o verbo.

O mestre botou-o na mão de Raimundo.

É pontudo, fino e agudo...
Agudo? O que você faria?
O senhor não usou a denominação certa, és parvo.

O mestre sorriu

Raimundo levou o alfinete à mão e espetou com força a si.

Agora que sei seu uso destrutivo, passe-me algum papel seu para alfinetar.

domingo, 9 de outubro de 2011

Acordo gramatical com os moradores do prédio leal

Vou tentar um acordo gramatical
Com vocês
Moradores do prédio Leal.
No jogo de empurra de palavras...
Os sentidos são fatídicos.

Eu te indico um bom trava línguas
Para bloquear aquela ideia do síndico
Que manda sua circular longa
Para aumentar o condomínio...
É sempre o SISTEMA LÍMBICO.
com sua autonomia via pretexto
De melhorar as dependências do edifício.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Antologias de liturgias

Ponto: Reentrâncias no papel.
Dá o respiro ao ritmo do texto que a caneta pousou.
Interrompe a vegetação de palavras que abrem espaço ao céu.
O que o escritor faz é inserir seu ritmo no que soltou.

Se cada branco de folha é um pranto
O texto escrito é uma antologia de liturgias
Do ponto ao outro:
Cercas
Que delimitam as palavras e suas carpintarias.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Flaneur: o personagem livresco

Flanar é uma ocupação do espaço?
Por amor, apenas, à livre circulação dos caminhos.
Que o pintor de ruas e vielas não ocupa seus espaços.

Passa por fronteiras de territórios em guerra,
Nem finca bandeiras em algum pedaço de País.

Ele quer o doce sabor do acaso,
É certo que ele toma a dianteira do passo
Que é o movimento certo dos pedais da pernas.

Quando olha o entorno (A cena)
Vira um personagem, livresco,
Em busca de adentrar na noite primitiva

Quando sua caminhada ainda não lhe deu retorno
Busca a transição do seu espírito na viagem.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A Vendedora de Fósforos

Quando olhamos para este mundo de vasta concreção é que sentimos a afetividade mais doída. Nos faltam palavras para caber as sensações que passam pelo coração. Os sinais do interdito que forma as lacunas do aprendizado parece de cor e poesia neste livro que tenho o prazer de escrever na resenha de "A vendedora de Fósforos" da Adriana Lunardi. Início com narradora "realizando" sua estante de livros, quando recebe a ligação de que a irmã foi hospitalizada. Da primeira lembrança de que indaga, a certo ponto da infância, do que aspirará quando crescer? A irmã diz "Escrever é bom para asmáticos". Do colêgio, aparece a suas idas com a amiga Nietsche a certo ponto da rua que lhes abrem os segredos do vôo. Ventania é sinal de liberdades físicas! Do espaço da lavanderia destinada a irmã, por cair pelas ruas sem retorno no tempo, e de como o castigo retornará em linguagem de reações alergicas: Palavras na parede.

As mudanças regulares de cidade; o pai antônomo buscando clientes para um outro nicho. Carregando as filhas no carro, a entediante paisagem, as amizades possíveis ficando no espelho retrovisor. Numa nova cidade a promessas de aventura com algum comprimido tomado no campo e dali uma transformação poética no qual o real pode torna-se também ilusório. A morte da mãe com rito de passagem para sair de casa. O mundo das palavras numa oficina de literatura onde ela se vê esquadrinhada pelos alunos, quando aprende os efeitos da descrição grosseira tão longe das formas sutis, como em uma boa narrativa. Ao entrar na faculdade, o encontro com Max, a descoberta do prazer do corpo; se libertando da imagem da mãe. Quando parte para ver a irmã no hospital, fica-lhe parte os livros empilhados no chão; símbolo organizador de nortes e latitudes.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Vontades Interioranas

Apodere da sua vocação
Oh! eterna musa
Modere o apetite
Com o regime que usa.

Modele o avião no ar
E deixe-o viajar

Esta é uma indicação
Dos amores que admitem
As palavras eternas!
No último verão...

Por tanto

Caia em tentação

Ande... Cante

Com o balanço das pernas
Faça dos seus olhos
Paisagens de lindas plenitudes
Das vontades interiorAnas.

domingo, 25 de setembro de 2011

Micro Física do viver

Aonde vou?

A um prato com um bife de um animal que um dia também mastigou.
Ao parto de um bebê com sua anima presa ao corpo: um filhote.
No quarto, olhando a bagunça de roupas no chão e só encontrando as meias.
Ao dia vinte quatro esperar à noite chegar e querendo de qualquer jeito as ceias,
Vendo pela TV um show de dança libanesa com mulheres dançando com seus saiotes.
Removendo o tártaro que um dia amarelou meus dentes.
Limpando as lentes dos meus óculos para ver o filme de homens com seus coiotes.
Pagando operários para construírem um novo andar da casa para a vinda de descendentes.

O que sou no prato?
Uma mosca pousada que um dia me castigou.
O que sou no parto?
O olho que vê a moça que deve ser a enfermeira.
O que sou no quarto?
A poça de sangue com o corpo perto da mesa de cabeceira.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Era tanto Agosto

Cedo ou tarde
O eco do silêncio chega
Na última molécula do eu.

O último suspiro encosta na parede de alvenaria
Da casa que Clarisse morreu.
Tinha à sua cabeceira
Cápsulas vermelhas.
Era tanto Agosto
Que esmoreceu sua vontade de ter uma casa com telhas de amianto,
Pois ela sentia um frio lá dentro dos ossos!!

Colocaram nas janelas uma cobertura de mantas
Para que os olhos...
Não descobrissem os cantos da sua voz
Por onde ela lamentava antes de se aquietar.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O Globo e as chaves

6 da manhã. Vou descer do apartamento. Havia tido uma tormentosa insônia.Levantei para olhar a janela, fixei no céu a primeira tonalidade de azul do amanhecer. Saudei-a como um brinde à um amor inebriante resistente. Tudo calmo, pelo zelo que tinha pelo sono dos outros. Mas eu estava ali para zelar também pelos vizinhos que levantam cedo para ir trabalhar.Vesti uma camiseta do Botafogo e uma bermuda jeans e como disse desci as escadas. Ansiava por um transeunte que me colocasse na ordem do dia, com uma saudação alvinegra. Não vi tal criatura. Cheguei a banca da esquina pronto para comprar o jornal o Globo de uma manhã de sexta-feira.Saldei o jornaleiro - uma flamenguista renhido que comentava o número astronômico de empates entre os dois times. Quando me viu, ollhou minha camisa, "caiste da cama?" Não respondi. Levei os dedos ao bolso da bermuda para tirar o dinheiro contado do jornal, e suspirei com pesar. Não havia 2,50. Muito menos minhas chaves de casa. "O senhor vai levar o Globo?"
"Acho que esqueci o dinheiro". "Também acho que vou ficar na rua!" "O primeiro problema eu posso resolver". "Leve e me paga quando lembrar de que é botafoguense". "Agora já as chaves"...

Fui no bolso de trás e lá saiu uma chave avulsa. "Achou a chave!" "Não José". "Não é minha". "Não é da sua residência?" "Não... "Minha faxineira só chega às 9 horas". "O senhor está lascado!" "Da onde é essa chave?" "Desconfio que seja aqui na minha rua".

Subi o elevador e sai no terceiro andar. Andei pelo corredor até o número da porta. Enfiei a chave na fechadura e girei, a porta com meu empurrão, abriu. Entrei pela sala e fui direto para o quarto. Olhei o banco de madeira ali esquecido. Estava voltado para a janela. Como se ela tivesse deixado ali para também comprar jornal com seu José. Sentei no banco, antes dela. Iniciei pelo segundo caderno;depois vi os esportes e nisso as horas iam deslocando seus passos de círculos lentos. Lembrei do beijo. Naquele outro quarto por que passei antes desse. O despir lento e de como foi feito. "vem para cá agora" "O número é 302". Cheguei perto da porta, roçei os dedos nela, mas não entrei. Senti um cheiro de jasmim. Fui ao banheiro, e tomei um banho, um outro. Quando voltei à janela e sentei no banco para olhar, eu estava apenas de toalha enrolada ao corpo. Minha faxineira olhava para mim; assustada. "Senhor, o que está fazendo na casa dos outros com apenas essa toalha?"Lembrando das chaves, e de Verônica.

sábado, 17 de setembro de 2011

Fábula do jardim do Caminha

Esse céu que abri um sorriso
No Jardim de seu Vaz de caminha
Caminha o mamoeiro a cair de maduro.
Tinha lá sua maturidade
Em amar a lima que tinha pé ao lado.
Dois seres tão desgostosos da vida
Que só restavam se jogar.

Vendo tudo do galho lá do alto
O limoeiro era muito ciumento.
Já tinha tido uma dês frutificação com a lima.

Quando a garotada juntou no jardim
Viu as formigas saúvas ou viúvas
Crivando as serras
Naquele velho que
Ainda tinha gosto pela vida.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Uma dança

Preparar
Último passo.
Reparar
Que o espaço
Tem uma área de compasso
Como se fosse uma dança!

Vamos pensar no momento
Em alguém muito passional
Que separa sua emoção
Do seu sentimento.

Passarinho voa e alcança
Uma leve alegria de movimento.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Altercação

Ali uma alteração, onde?
Lá uma altercação.
Dois pacientes
Esperam os diagnósticos
De dois médicos
Que alteram entre si
Ou revezam com o outro
Na voz de um discurso otimista
Sobre qual medicação
Um dos pacientes
Vai receber por via Intra-Venosa.
Já que o outro terá o desplante
De esperar por um transplante de medula óssea.

domingo, 11 de setembro de 2011

Fernando Andrade


Jornalista, livreiro e poeta, procuro as obras de arte que geram em mim, inquietações semânticas e românticas no que observo e absorvo. Escrevo porque conservo as palavras.

AS MARGARIDAS


Temos hoje no século XXI uma esfera cooptando todos os sinais de gosto onde o padrão é a velocidade dos cortes da TV. E se por demanda, as relações sócio afetivas andam pulverizadas por esses mesmos cortes de tempo e de espera por satisfação pessoal. Onde o esvaziamento do que outro possa ter de qualquer conteúdo e que por tanto não mereça muito tempo para conhecê-lo. Com um controle na mão digitamos na tela das esferas humanas um número em que o devir da pessoa mais interessante possa entrar em contato visual conosco. Facilitamos tanto nosso processo de identificação que não especificamos o conflito que está no cerne de toda dramaturgia artística. Por que não brincamos mais de dificultar aquele início de relacionamento? Para usar um exemplo de exposição do que pode ser uma boa guerra entre homens e mulheres. Alguns dos guerreados deveriam assistir às Margaridas; filme de 1966 - realizado na Tchecoslováquia dois anos antes da primavera de Praga. Antecipando a montagem que os americanos adotaram como imperativa depois da explosão da música pop no mundo, duas garotas atraem senhores para almoços para depois saudá-los com uma despedida que se dá invariavelmente num trem. Toda cena das duas está calcada em ambientes onde elas possam canalizar suas insatisfações através de peraltices de seus temperamentos. Antecipam aos homens todas as ações que eles possam fazem a elas.

sábado, 13 de agosto de 2011

O Reencontro

Há noltalgia! na vez de descobrir ao redor de minha geração; vejo cá com meus 40 anos, um filme que não lembrava de vê-lo na época. O Reencontro do cineasta Lawrence kasdan. Um amigo muito querido de um grupo de faculdade se mata. Os amigos se reencontram depois de 20 anos para homenagear o morto. Não só indo ao enterro, mas ficando na casa do casal que recebeu a notícia primeiro. Lá pelas tantas, o marido de uma das amigas do falecido diz o seguinte"Não achei que tão encontro fosse ser tão divertido"!Com um elenco para lá de afinado; pequenas cirandas de personagens que estão com almas guardadas devido à mal resolvidos entre si, resolvem na hora. Amores mal cantados serão novamentes reiterados. A câmera do diretor vai coletando dados sobre a dinâmica do que cada um espera do grupo. Cada ser parece dizer que depois dos 40 só resta abrir espaço que o tempo não vedou para aquela figura que ali aguarda. E assim o filme com um roteiro entre o sorriso e alfinete vai pondo em marcha as caminhadas ao qual foram os quarentões que amadureceram naqueles anos.