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sábado, 30 de março de 2013

Alvo avulso pulsa para receber você!






         

              
 

Poema por Fernando Andrade

 

Algo no pulso pulsa\ pulsa\ pulsa
Algo no pulso pula quando te vê
Alvo avulso pulsa interessante
Para receber você
Em noite pulsante,
Em sexos pulsantes,
Em não raciocínio pensantes.


Algo diz que a ursa maior brilhou
Quando a não razão de Kant
Galga uma força que não tem cantilena.

Canção galega é para se cantar
A pleno pulmões com suas mães
E não me deixam à sentinela.

 
Algo pleno alega que nós roubamos da esfinge
Algo de Tróia e Helena que rouba o fogo dos Deuses,
O que será do pulso? Que não quer ser repulsa e que não mais finge que pulsa.

 

 

 

 

 

 

 

terça-feira, 26 de março de 2013

Entre uma entrega e uma chegada: uma porta...









              
 

                     Poema por Fernando Andrade

 

                     Entre
                     Uma entrega
                     E uma chegada \ uma porta.

                
                     Entre pela porta
                     A sua entrega
                     A sorte
                     E saia da primeira porta
                     Que seu mundo permitir.

      
                     Entre sem bater no telhado
                     Entre sem barulho no sótão
                     Entre fundo no arrulho de um vôo.
          
                    Caia do penhasco tão só como um condor
                    Quede a dor mais mentirosa
                    Porque a dor é mais viole(n) ta que a rosa
                    Retorne e bata à porta sem andor
                    Pise na sala e escreva uma prosa
                    Em forma de oração - redor em (dêclamor).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 15 de março de 2013

Visões entre gêneros








       
Artigo A
Predisposto
A Preposição À
Em todas as linhas
De um artigo opinativo.

 
Visões entre gêneros:
Rebate O de oposição ao humano
Reparte A de composição ao gênero - mano.

Nunca – preconceitos
Nunca olho na cara de decanos políticos que presidem.

Vírgula - não aceito: a não ser em textos bem escritos.
Aceito a língua comum entre Eros e Tanatos\ Elos vêm depois.       
Mas estou aqui neste poema arquitetando Ritos
Que fale de consangüinidade entre todos os sangues e gangues da arte lírica, e de boa política e de boa práxis, 
E dos atores que neste palco personificam as máscaras sociais.

 

  

 

 

 

 

quinta-feira, 14 de março de 2013

A Herança da senhora Rosa





 
 

Conto por Fernando Andrade


Ele era o único que poderia tirar aquele anel cravejado de diamante do dedo da senhora Rosa - cometida por um enfarto fulminante; indo ao chão do seu apartamento quando teve o mal súbito. Foi naquele exato momento; o capricho do destino uniu a riqueza à posse num elo macabro de piada soturna. Pois aquilo valia trinta mil reais e por um detalhe indigesto de quem a achou morta, o anel estava preso ao seu dedo por ter o dedo inchado após a morte. Não haveria de tirá-lo dali sem retirar o dedo da senhora e, portanto só Doutor Fausto poderia isolá-lo da carne humana antes que esta se decompusesse. Como estava fora do seu alcance ele próprio levar só o dedo da senhora, teria ele que deslocar o corpo da velha sem que ninguém notasse. Desceu o corpo pela escada de serviço e lá na garagem às 3 horas da madrugada, o colocou no seu carro. Para mantê-la firme sem cair, amarrou os braços e as pernas às maçanetas do carro mantendo a defunta equilibrada. Ainda bem que ela estava em trajes sociais, porque não se via trocando roupa de uma senhora de 80 anos sem ela poder se defender.

 Naquela hora a cidade continha elementos que para ele se aproximavam do que ele era e do que estaria a fazer. Sentiu-se mais seguro porque tudo acontecia na ausência de luz, o medo, o terror mais sacro, a essência da natureza mais cruel era idealizada por escritores e poetas naquele período do dia. E era sempre no trajeto de algo lúgubre como ele estava fazendo que a consciência não lhe permitisse dilemas morais. Chegou à casa do Doutor Fausto e montou senhora Rosa nas costas, carregando ela pelo jardim do médico. A depositou num sofá da sala do médico que examinou quando aproximadamente teria acontecido o enfarte. Ali combinaram repartir o dinheiro pela metade, pois um achou a riqueza e o outro tinha o ofício para trazer a posse desta riqueza. Doutor Fausto com bisturi afiado foi raspando a pele e a carne do dedo da Rosa até ele ficar mais “magro”. Foi quando viram que aquele anel não era o de brilhante.

Revistaram-na as suas roupas íntimas e ali encontraram um pedaço de papel com a seguinte mensagem. "De algo tão valioso para algo tão íntimo". Eles sabiam que ela tinha um anel que valia muito dinheiro. O único lugar que poderia ser-lhe tão íntimo era o canal vaginal de Rosa. O dilema moral estava posto com todas as letras, nem ele nem o doutor Fausto suportariam ter tal ambivalência mesmo por 30 mil reais.       

Doutor Fausto meditou no que iria fazer e falou a ele que não poderia tocá-la tão intimamente por ser médico ginecologista. Estava fora ao seu alcance aviltá-la desta maneira, ele examinava mulheres vivas e com seus consentimentos. Ele tentou colocar mais grana na mão do médico, mas recebeu como reposta arrume outra pessoa. Saiu com ela nas costas e a enfiou dentro do carro, agora sem nenhuma preocupação de segurá-la para não cair. Já tinha alguém em mente e foi naquela hora mesma procurá-la. Ela não dormia a noite, trocava a noite pelo dia. Quando chegou reparou que a porta estava aberta e perguntou por Conceição, a voz clamorosa veio do banheiro. Quando saiu; ele viu que ela conhecia cada vez aonde pisava, sua visão não lhe fazia mais falta. Contou por alto a estória e detonou a ida ao Doutor Fausto para que não a contrariasse. A moça pediu para tirar a roupa da senhora e deitá-la no chão. No chão? Perguntou ele. Assim o fez com algum pudor, pois algo dizia que estava atravessando um terreno pantanoso onde não haveria como não se atolar. Conceição abriu as pernas de Rosa e enfiou o dedo lá dentro vasculhando a parte mais para fora e tocou em algo que parecia circular. Quando tirou, ela pelo tato sorriu e ele ao olhar para aquilo sentiu um combinado de nojo e desespero. Não havia anel nenhum ou talvez algo simbólico como uma camisinha masculina; o que para senhora Rosa parecia íntima até se poderia conjeturar que ela mantivesse uma vida sexual. Mas no papel haviam escrito valioso e com todas as informações que ele tinha colhido sobre ela, a herança do filho milionário e a compra do anel num leilão.      

 

 


 

 

 

quarta-feira, 13 de março de 2013

Pescando truta em nove meses







          
 
Uma paródia de gêneros por Fernando Andrade

A loção que a menina passava dependia  do que ela tinha em sua pele fria e azul talvez como o céu da seis da matina. E era olhando para este céu que ela fazia sua locução de um jogo de trutas que escapam de pescadores subindo a correnteza acima. A conotação era que por ser um peixe tinha um número de sentidos pejorativos de que há algo escondido, ou subentendido, tudo que é camuflado porque já foi inflado no seu sentido e depois adquiriram leveza, como as lesmas que ganharam fama de serem as últimas a chegarem a algum lugar. Todo início é bom, mais o meio e fim carregam o peso de séries de repescagens. Ou talvez a pesca de uma série de TV onde se perca os personagens pelo grande irmão que (a) tira como Sam Spade, o detetive, nos mais maquiavélicos que um dia resolveram colocar na TV o tal de Édipo muito gordo e adiposo que chegava a casa e amava a sua senhora Jô(casta) pela (ex)quadrilha de alumínio.  Mas a menina de sorriso azulejo tinha saído para comer umas ostras. Na verdade ela queria comer uma outra menina que era muito interiorizada e então lembrou de que poderia usar algumas trutas suas - escondidas nas mangas, que era exatamente onde ela tinha colocado quando os pescadores queriam as trutas que subiam as corredeiras para procriar gêneros, mas por enquanto não dá para contar por que nove meses é o tempo de gestação...          

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 1 de março de 2013

Aos astros que usam chapéu






       
 

Por Fernando Andrade

 

 


Poema Por Fernando Andrade

Todos os astros tanto do céu
Quanto aos que usam chapéus
Perderam-se nas suas ilusões
De seu ego de artistas feridos,
Com suas canções tomadas
De um bom e velho dedilhar de blues
De
Violões cheios da fome de leões.


E que astros nos deram os enredos?
De filmes de bons moços a vilões,
Os cineastas com seus credos,
Suas lentes pra as religiões de adeptos ou cinéfilos.

E a arte do escritor que depois de morto deixa ao leitor seus segredos.  
A si a busca da paz, enquanto a obra fica cheia de filosofias singradas.