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domingo, 11 de setembro de 2011

AS MARGARIDAS


Temos hoje no século XXI uma esfera cooptando todos os sinais de gosto onde o padrão é a velocidade dos cortes da TV. E se por demanda, as relações sócio afetivas andam pulverizadas por esses mesmos cortes de tempo e de espera por satisfação pessoal. Onde o esvaziamento do que outro possa ter de qualquer conteúdo e que por tanto não mereça muito tempo para conhecê-lo. Com um controle na mão digitamos na tela das esferas humanas um número em que o devir da pessoa mais interessante possa entrar em contato visual conosco. Facilitamos tanto nosso processo de identificação que não especificamos o conflito que está no cerne de toda dramaturgia artística. Por que não brincamos mais de dificultar aquele início de relacionamento? Para usar um exemplo de exposição do que pode ser uma boa guerra entre homens e mulheres. Alguns dos guerreados deveriam assistir às Margaridas; filme de 1966 - realizado na Tchecoslováquia dois anos antes da primavera de Praga. Antecipando a montagem que os americanos adotaram como imperativa depois da explosão da música pop no mundo, duas garotas atraem senhores para almoços para depois saudá-los com uma despedida que se dá invariavelmente num trem. Toda cena das duas está calcada em ambientes onde elas possam canalizar suas insatisfações através de peraltices de seus temperamentos. Antecipam aos homens todas as ações que eles possam fazem a elas.

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