Aonde vou?
A um prato com um bife de um animal que um dia também mastigou.
Ao parto de um bebê com sua anima presa ao corpo: um filhote.
No quarto, olhando a bagunça de roupas no chão e só encontrando as meias.
Ao dia vinte quatro esperar à noite chegar e querendo de qualquer jeito as ceias,
Vendo pela TV um show de dança libanesa com mulheres dançando com seus saiotes.
Removendo o tártaro que um dia amarelou meus dentes.
Limpando as lentes dos meus óculos para ver o filme de homens com seus coiotes.
Pagando operários para construírem um novo andar da casa para a vinda de descendentes.
O que sou no prato?
Uma mosca pousada que um dia me castigou.
O que sou no parto?
O olho que vê a moça que deve ser a enfermeira.
O que sou no quarto?
A poça de sangue com o corpo perto da mesa de cabeceira.
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