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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Era uma tarde de chuva miúda com notícias graúdas

Era um sábado com aquela chuva miúda que parece que faz mais cóçegas do que deixa a gente molhado. Eu sempre pergunto se tal intensidade destas gotas batendo nas nossas roupas é algum tipo de pergunta se estou preparado para algum tipo de escolha? Por que ela não molha, apenas nos deixa imantados como se fosse um campo orvalhado. Eu estava num banco de praça e apenas via alguns velhos fazendo exercícios. Estava com medo de receber garotas com menos de 25 anos. Aqueles velhos aventavam para a possibilidade de minha atuação em qualquer eventualidade?

Olhei para a rua que sai em uma avenida com o nome de Visconde. Ela vinha trajando uma capa de chuva até as pernas, e não usava guarda-chuva. Seus passos eram decididos por alguma ponta de faca que fatiava o tempo que a levava à praça. Era com dissesse aqui é meu pedaço de pão e você é o recheio que vou deglutir em poucas palavras.

Quando chegou à dez passos, pensei numa espécie de pinguela, daquelas que a gente atravessa quando quer cruzar algum córrego. Daquelas estreitas que requer equilíbrio total. Tudo joia?
Não sei. Por que tanta pressa em falar comigo? Isso não é um banco? É para sentar. Você pensou com agilidade. Eu quis suprimir outro foco. Qual? Um prédio que você entra com um cartão magnético e uma senha para retirar dinheiro que pode ou não dependendo da onde você trabalhe , sustentar sua família. Eu vou ser pai? E que provavelmente não serei efetivado. Você conhece a Ana? Não. Ela será a substituta.

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