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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A Vendedora de Fósforos

Quando olhamos para este mundo de vasta concreção é que sentimos a afetividade mais doída. Nos faltam palavras para caber as sensações que passam pelo coração. Os sinais do interdito que forma as lacunas do aprendizado parece de cor e poesia neste livro que tenho o prazer de escrever na resenha de "A vendedora de Fósforos" da Adriana Lunardi. Início com narradora "realizando" sua estante de livros, quando recebe a ligação de que a irmã foi hospitalizada. Da primeira lembrança de que indaga, a certo ponto da infância, do que aspirará quando crescer? A irmã diz "Escrever é bom para asmáticos". Do colêgio, aparece a suas idas com a amiga Nietsche a certo ponto da rua que lhes abrem os segredos do vôo. Ventania é sinal de liberdades físicas! Do espaço da lavanderia destinada a irmã, por cair pelas ruas sem retorno no tempo, e de como o castigo retornará em linguagem de reações alergicas: Palavras na parede.

As mudanças regulares de cidade; o pai antônomo buscando clientes para um outro nicho. Carregando as filhas no carro, a entediante paisagem, as amizades possíveis ficando no espelho retrovisor. Numa nova cidade a promessas de aventura com algum comprimido tomado no campo e dali uma transformação poética no qual o real pode torna-se também ilusório. A morte da mãe com rito de passagem para sair de casa. O mundo das palavras numa oficina de literatura onde ela se vê esquadrinhada pelos alunos, quando aprende os efeitos da descrição grosseira tão longe das formas sutis, como em uma boa narrativa. Ao entrar na faculdade, o encontro com Max, a descoberta do prazer do corpo; se libertando da imagem da mãe. Quando parte para ver a irmã no hospital, fica-lhe parte os livros empilhados no chão; símbolo organizador de nortes e latitudes.

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